terça-feira, 16 de abril de 2013

Ladrilhos

De tarde, despeço do tempo
peça de uma hora
na moldura de um quadro que ladra
ouvindo passos detrás de um portão sem tranca
há nessa casa quintal e sala fresca
que repousa uma... não posso ir lá.
o dia, esse agora, é antes do retorno
do amanhã que retorna, retorna.
Voltar é sem ser as luzes que despencam das vistas.
Mesmo assim, ainda que as, não posso contar.
Na rua, essas ruas, cômodas árvores e um azul lento
que provoca detrás dos fados carregados de mar
tão longe, como longe estão as horas dessa
desfigurada tarde já sem moldura, já
dentro me encontro, nessa fresca sala que não posso.
E daqui, sem ver, apenas palavras, tic-tac-teia
um polido ponteiro engrenado pelo pó das marcas
que tornam toda tarde eterna e toda volta inverso regresso
não sei se é volta ou aquilo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário