Ensina-me as redes, pescador
Desejo a fisga que nada me empresta
Ensina-me o chão, olhar de terra
Descuido do que não pesco
E quedo nas frias vagas de teu leito
Um peixe que me olha vazio
Quando alta maré tu te pões a sonhar,
Ensina-me as redes que te deita
Quero os juncos retidos em teu peito
As colunas secas também as quero
Essas que sustentam varandas tardias
Onde tu te reclinas a cochichar no tempo
Ensina-me o que vê tuas crianças
Quando sais ao mar
e delas, sobra o que não vê
Serei então sobras das tuas
redes que retornam
Ao olhar de quem te espera
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