Tiro de dentro daquela bruma água um giz
talo branco encharcado nunca viu sol
destroço suas partes delineando ervas
Couraça romã que de sol se despe
Seguimento branco, branco, branco
risco
Anulo com as medidas o já me é
toco a campainha da tarde
e o giz que invade louco
já não me sobra
o branco nas minhas mãos
é mais volume que a erva
devolvo ao rio o barro áureo
e nele faço a minha própria armadilha
me desfaço na nascente
e me prendo nela a vontade
atado em risco
tangido em giz.
Filha de pais-professores, sempre havia giz em casa. Riscos brancos sempre delimitaram minha infância: a linha da queimada, que separava o céu e o purgatório, no chão de cimento, as casinhas desenhadas no quadro-negro, as primeiras letras... seu texto lindo me trouxe tudo de volta. Obrigada.
ResponderExcluirLu, muito feliz com seu comentário.
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